Sem sintomas, fotógrafo de 28 anos descobre câncer e transforma dor em projeto para ajudar outros pacientes

Sem sintomas, fotógrafo de 28 anos descobre câncer e transforma dor em projeto para ajudar outros pacientes

Mais de 70 mil homens serão diagnosticados com câncer no Brasil este ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Muitos deles não apresentam sintomas — como aconteceu com o fotógrafo Saulo Silas Medeiros Ribeiro, de 28 anos.
Durante o encontro promovido pela Celos em alusão às campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul, Saulo compartilhou sua trajetória de superação e falou sobre como o diagnóstico precoce pode salvar vidas, especialmente entre os homens jovens, que ainda enfrentam tabus quando o assunto é saúde.

Uma descoberta inesperada

Natural de Sorocaba (SP) e morando sozinho em Florianópolis, Saulo descobriu o câncer de forma inesperada, enquanto buscava respostas para um quadro de depressão e baixa testosterona. “Eu estava medicado, mas não melhorava. Tinha crises de choro intensas e dificuldade para realizar atividades cotidianas. Foi quando procurei uma endocrinologista, que desconfiou de algo incomum e pediu exames hormonais. O resultado revelou o câncer de testículo”, contou.

Ele lembra que o momento do diagnóstico foi um dos mais difíceis de sua vida. “Estava sozinho, sem minha família por perto, e a incerteza era enorme. A tendência é sempre pensar no pior. Mas encontrei força ao me tornar voluntário em uma ONG e compartilhar minha história para ajudar outros homens que passam por isso”, afirmou.

Saulo reforça que o câncer de testículo, apesar de menos falado, é o tipo mais comum entre homens jovens, geralmente na faixa dos 20 e poucos anos, por causa da alta produção hormonal nessa fase. “Ainda é um tema cercado de tabu. Muitos homens não falam sobre o assunto e acabam recebendo o diagnóstico tardiamente, o que pode levar a complicações sérias”, alertou.

Tecnologia e empatia no enfrentamento do câncer

A experiência pessoal e o sentimento de solidão durante o tratamento levaram Saulo a criar a OncologIA, uma ferramenta de inteligência artificial desenvolvida para acompanhar e acolher pacientes. A plataforma oferece respostas personalizadas com a própria voz do fotógrafo e pretende conectar pessoas diagnosticadas a ONGs e serviços de apoio, além de fornecer informações sobre direitos, tratamentos e locais de atendimento.

“O objetivo é fazer com que ninguém se sinta sozinho no processo. A OncologIA nasceu da dor, mas também da esperança de transformar o conhecimento e a empatia em instrumentos de cuidado”, explica Saulo. O projeto ainda está em fase de expansão e busca investidores para ampliar o alcance da tecnologia.

Um alerta que pode salvar vidas

A enfermeira Elisabeth Flor, uma das palestrantes do evento, destacou que “a informação é o primeiro passo para o autocuidado. Quanto mais falamos sobre o tema, mais vidas podemos salvar”.
O encontro reuniu médicos, profissionais de saúde e pacientes em um diálogo sobre autocuidado, diagnóstico precoce e qualidade de vida. A programação contou ainda com palestras da biomédica Mariana Meira Scudeler, da psicóloga Dra. Mariana Faoro e da própria Elisabeth Flor, além de depoimentos como o de Maria dos Santos, paciente oncológica.  Organizado em parceria com APCELESC, CREDELESC e AMUCC, o evento aconteceu no auditório da APCELESC, em Florianópolis.

Câncer de mama e de próstata exigem atenção redobrada

De acordo com o Inca, o câncer de mama é o que mais mata mulheres no país, com 73,6 mil novos casos estimados para 2025. Entre os homens, o câncer de próstata é o tipo mais comum e a segunda principal causa de morte por câncer. Em Santa Catarina, foram 623 óbitos registrados em 2024. O instituto reforça que o diagnóstico precoce pode garantir taxas de cura próximas a 90%.

Compromisso da Celos com saúde e bem-estar

O evento terminou com um coffee-break de integração, reforçando o compromisso da Celos com a saúde preventiva e o bem-estar de seus beneficiários.
Com mais de cinco décadas de atuação, a entidade segue conectando conhecimento, cuidado e inovação em suas iniciativas de saúde e previdência complementar.



Autor(a): Rosiley Souza



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