Educação financeira ganha espaço entre adolescentes e marca mudança no comportamento

Educação financeira ganha espaço entre adolescentes e marca mudança no comportamento

O interesse dos jovens por educação financeira vem crescendo de forma consistente nos últimos anos, impulsionado pelo acesso a plataformas digitais, pela popularização de aplicativos bancários e pela presença de conteúdos sobre o tema nas redes sociais. Indicadores de comportamento apontam uma nova geração mais atenta à importância de aprender a cuidar do próprio dinheiro desde cedo.

De acordo com uma pesquisa do PicPay com 1.500 pais, realizada entre março e abril de 2024, 80% dos adolescentes até 15 anos têm cofrinho online, enquanto 42% ainda mantêm cofrinho físico. O estudo mostra ainda que 53% dos adolescentes abriram a primeira conta bancária a partir dos 13 anos, 43% já utilizam aplicativos de instituições financeiras e 42% possuem cartão, seja físico ou virtual (PicPay Blog - blog.picpay.com/pesquisa-picpay-financas-para-criancas/).

Além disso, levantamento do Nubank revelou que o número de menores de 18 anos que investem dinheiro no Brasil cresceu 1.100% nos últimos cinco anos, um dado que evidencia o engajamento crescente desse público com o universo das finanças (Nubank Blog - blog.nubank.com.br/jovens-investidores/).

Plataforma gratuita oferece trilhas de aprendizado adaptadas a diferentes perfis

Nesse cenário, iniciativas de educação digital ganham protagonismo. A ACQUA – Academia Quanta de Educação Financeira (acquaeducacao.com.br), lançada em novembro de 2023, ou seja, há pouco mais de um ano e meio, já registra 49.217 alunos matriculados, entre eles, 1.733 adolescentes. A plataforma é totalmente gratuita, aberta ao público e oferece cursos voltados para finanças pessoais, investimentos, previdência e comportamento financeiro, com conteúdo acessível por celular, tablet ou computador.

“Os jovens estão ávidos por conteúdos que lhes deem autonomia financeira real. A digitalização da educação financeira é essencial para alcançá-los onde estão”, afirma Wagner Oliveira, especialista em educação corporativa da Quanta Previdência, uma das idealizadoras da ACQUA em parceria com a Somma Investimentos.

A proposta da plataforma se baseia nos quatro capitais que influenciam o bem-estar ao longo da vida: saúde, social, intelectual e financeiro. Os cursos são estruturados em trilhas autoinstrucionais, que abordam desde noções básicas de organização até temas mais complexos como planejamento previdenciário e investimentos de longo prazo.

“Percebemos que as metodologias precisam ser simples, práticas e ajustadas ao ritmo da geração digital — é assim que conseguimos engajá-los de forma consistente”, complementa Wagner Oliveira.

Atualmente são 41 cursos disponíveis na ACQUA, sendo que os mais acessados são “Finanças e comportamento”, que explora a influência de hábitos e crenças no uso do dinheiro; “Descomplicando o mercado financeiro”, ideal para quem quer começar a investir; “Educação financeira de longo prazo”; “Planejamento previdenciário”, voltado a quem deseja estruturar seu futuro financeiro e “Investimentos para longevidade”, que incentiva o planejamento de longo prazo.

Jovens adotam novas práticas para lidar com o dinheiro desde cedo

O avanço da presença digital entre os jovens também é evidenciado por empresas de tecnologia voltadas à educação financeira. A fintech NG.CASH, por exemplo, identificou que 28,6% dos seus jovens usuários poupam para consumo, enquanto 13,3% formam uma reserva de emergência e 9,3% economizam para educação (Startups.com.br - startups.com.br/pesquisas/poupanca-e-educacao-financeira-ganham-forca-entre-jovens/). Os dados refletem não apenas uma mudança de comportamento, mas também uma demanda crescente por formação que vá além do consumo imediato.

A presença crescente de jovens e adolescentes em plataformas digitais aponta para uma transformação cultural no Brasil. Ao lado de conteúdos disseminados em redes sociais e do avanço de fintechs voltadas ao público jovem, a educação financeira começa a deixar de ser um tema distante para se tornar parte ativa da formação pessoal e social dessa nova geração.

A consolidação de iniciativas como a da ACQUA, aliada ao aumento do número de jovens com cofrinhos digitais, contas bancárias e até investimentos, mostra que há uma demanda real por ferramentas educativas sérias e acessíveis. Os dados reforçam a importância de investir em estratégias que antecipem o contato com temas como orçamento, consumo consciente, previdência e autonomia financeira.

Para educadores, instituições e famílias, o recado é claro: a educação financeira precisa acompanhar o ritmo de quem está aprendendo — e os jovens, hoje, querem aprender.



Autor(a): Rosiley Souza



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