Como a IA generativa está redefinindo o consultório do futuro

Como a IA generativa está redefinindo o consultório do futuro

A inteligência artificial deixou de ser promessa e já ocupa espaço em consultórios e hospitais brasileiros. De organizar prontuários a apoiar diagnósticos e personalizar tratamentos, a chamada IA generativa começa a redesenhar o papel do médico e a experiência do paciente. Mas como essa tecnologia vem sendo aplicada na prática clínica, na gestão de consultórios e na comunicação em saúde?

Durante a pandemia, muitos profissionais da medicina sentiram-se silenciados diante do ruído digital. O cirurgião plástico Dr. Leonardo Aguiar lembra que, enquanto médicos enfrentavam o caos nos hospitais, vozes sem preparo técnico dominavam as redes sociais. “De repente, a medicina baseada em ciência parecia invisível diante da lógica dos algoritmos. A inteligência artificial não substitui o médico; ela devolve ao médico a chance de ser encontrado novamente, de recuperar sua credibilidade não pelo grito, mas pela competência”, afirma.

Essa transformação, no entanto, já é realidade no Brasil. Wearables que monitoram sinais vitais, sistemas que sugerem diagnósticos e plataformas digitais de telemedicina estão cada vez mais presentes no dia a dia da saúde. Para Edson Cascaes Lisbôa Júnior, referência no cooperativismo médico em Santa Catarina, a IA funciona como um “robozinho amigo”. “Ela ajuda a marcar consultas, lembrar compromissos, analisar exames e até sugerir diagnósticos. Assim, libera o profissional de tarefas repetitivas e garante mais tempo de cuidado com o paciente. O paciente também ganha protagonismo, entendendo melhor seus exames, acompanhando sua saúde e prevenindo doenças”, explica.

Segundo a pesquisa TIC Saúde 2024, realizada pelo Cetic.br e NIC.br, 17% dos médicos — sendo 14% na rede pública e 20% na privada — já utilizam inteligência artificial generativa na rotina clínica, principalmente para apoiar pesquisas e gerar relatórios médicos. Para o executivo Luiz Othero, fundador e CEO da Aimana,  esse número tende a crescer rapidamente nos próximos anos: “Estamos diante de uma mudança de paradigma. A IA não é mais um acessório, mas uma infraestrutura essencial para garantir eficiência e qualidade no cuidado em saúde. O desafio agora é democratizar o acesso a essas ferramentas, para que não fiquem restritas a grandes hospitais ou centros de pesquisa, mas cheguem também ao consultório de cada médico brasileiro”, completa.

É nesse cenário que surge o AI Doctor Experience, encontro inédito que ocorre nos dias 17 e 18 de outubro, em Florianópolis, reunindo médicos e especialistas que já aplicam inteligência artificial na prática clínica. Entre os nomes confirmados estão o Dr. Harvey Castro, advisor de IA do Governo de Singapura e referência global conhecido como “Dr. GPT”; o Dr. Fillipe Silveira Loures, médico de família com experiência assistencial e em gestão de serviços de saúde; o Dr. Fernando Carbonieri, fundador do grupo Academia Médica; o executivo Luiz Othero, fundador e CEO da Aimana; o cirurgião plástico Dr. Leonardo Aguiar, formado pelo Instituto Ivo Pitanguy e referência internacional em tecnologias exponenciais; a bióloga Aline Sereia, doutora em Biotecnologia pela UFSC; o Dr. Edson Cascaes Lisbôa Júnior, superintendente executivo do Grupo Unimed SC; o Dr. Alexandre Aldred, fundador e CEO da Predikta; e o fisioterapeuta Leonardo Costa, PhD em Epidemiologia pela Universidade de Sydney e bolsista de produtividade em pesquisa nível 1 do CNPq.

A proposta do evento é clara: mostrar, de médico para médico, como a IA pode ser usada com ética, propósito e foco na humanização da saúde, reunindo experiências práticas que vão do diagnóstico assistido por dados até a comunicação digital com pacientes.

As inscrições para o AI Doctor Experience estão disponíveis no site oficial do evento: https://aidoctorexperience.com.br/ 




Autor(a): Rosiley Souza



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